O Ministério da Saúde (MS) publicou hoje, 30, o Boletim Epidemiológico HIV/aids, com registro de queda no coeficiente de mortalidade por aids no país nos últimos dez anos, de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes. Entretanto, é preciso considerar os determinantes sociais. O índice de mortalidade entre pessoas negras é de 61,7%. Cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado.
Cerca de um milhão de pessoas vivem com HIV/aids no Brasil, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. Cerca de 100 mil pessoas ainda não conhecem o diagnóstico. 
De acordo com o Ministério da Saúde, “as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado. Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento; e 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres”.
Segundo o MS, “na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015”.
É fundamental o reforço das políticas públicas para populações mais vulneráveis. Entre os casos notificados de aids, dos 36.753 diagnosticados, 60,1% estão entre a população negra.
De acordo com o MS, “para aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas públicas de combate ao racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde ao longo dos próximos anos, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS. A partir de 2023, os sistemas não permitem mais o registro ‘sem informação’, em mais um passo pela igualdade racial no país, uma das prioridades do governo federal.
Veja aqui o Boletim Epidemiológico.