O Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) vem manifestar seu contentamento pelo destaque dado à necessidade de uso constante do preservativo, diante da notícia recentemente veiculada de que 2,8 mil novos casos de HIV foram registrados nos seis primeiros meses do ano passado em São Paulo.


No entanto, alertamos que tão estratégia somente será efetiva se for acompanhada de distribuição regular dos insumos e consequente metodologia que alcance a população, sobretudo a mais atingida: jovens entre 17 e 24 anos. Já há algum tempo temos alertado que é inadmissível que uma carga de preservativos demore 40 dias para liberação, como também é inadmissível que o processo de certificação demore outros 45 a 60 dias. O Ministério da Saúde adquire preservativos há décadas e já deveria conhecer meios técnicos e burocráticos para agilizá-los.


Também apontamos a alternativa da utilização de recursos do incentivo a políticas de HIV/Aids, repassado pelo Governo Federal, para que estados e municípios possam adquirir preservativos e, assim, ampliar o acesso da população.


Aproveitamos a oportunidade para cobrar maior destaque quanto ao incentivo do uso do preservativo feminino (interno). Popularizar o uso desse insumo é incluí-lo no cotidiano das relações. As mulheres precisam saber das vantagens do preservativo feminino, destacando inclusive a autonomia entre vários outros argumentos que se colocam favoráveis a essa escolha. Sendo assim, divulgar, ofertar e incentivar o uso do preservativo feminino, bem como priorizar que o material de fabricação seja de borracha nitrílica são estratégias fundamentais para o sucesso da prevenção.


O insumo é fundamental para garantir que seu uso seja ressignificado, principalmente neste momento em que velhas estratégias parecem não prosperar e novos paradigmas precisam ser repensados, refletindo nas informações disseminadas pela imprensa e por institutos de pesquisa do decréscimo do uso de preservativos entre a população, sobretudo entre os jovens. Além da prevenção ao HIV, seu uso constante garante diminuição do risco aquisição de outras infecções sexualmente transmissíveis, realidade que necessita ser explicitada junto à população sexualmente ativa.


Rodrigo Pinheiro

Presidente