AMÉRICO NUNES NETO, DO INSTITUTO VIDA NOVA, E EX-COORDENADOR DO MOPAIDS, FALA AO FOAESP SOBRE O ENONG 2022, QUE ACONTECE EM FORTALEZA

O XXI Encontro Nacional das Ongs/aids (Enong) está acontecendo em Fortaleza, no Ceará. Com o tema “Reafirmando lutas e resistindo aos desafios”, o evento, que começou no dia 27 e termina no dia 30, reúne representantes de todo o país.
Américo Nunes Neto, membro do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids), nos conta sobre alguns pontos do primeiro dia desta edição do encontro, com destaque para as reflexões propositivas. 
Entre os temas discutidos, Américo Nunes Neto ressalta incorporação de novos medicamentos, políticas interministeriais e políticas de prevenção. 
“Na oficina sobre medicamentos e propriedade intelectual em HIV/aids, observou que muitos medicamentos estão sendo disponibizados em outros países e com necessidade de maior incidência política. As apresentações e narrativas de dados houve discordâncias nas falas do governo e da sociedade civil, nos dados epidemiológicos sobre mortalidade, fim da aids e população prioritária. Destaca a necessidade de considerar o crescimento da epidemia na população acima de 40 anos de idade”, ponderou.
O ativista disse que políticas interministeriais estiveram presentes em todas as mesas, com o Acordo de Cooperação Técnica 60/2021, que estabelece políticas conjuntas e articulação entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo amplamente discutido. “Houve cobranças para que o Ministério da Saúde tenha mais engajamento nesta questão”, pontuou.
“É preciso pensar na prevenção como uma oportunidade de comunicação, para além da prevenção combinada, para que as pessoas entendam como uma oportunidade de promoção da saúde”, refletiu Nunes Neto. Lembrando que a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) sob demanda e injetável contribuirá muito para o avanço da prevenção, Neto também ressaltou que o movimento de luta contra a aids almeja pela ampliação da PrEP, o que é possível, pois, de acordo com a fala do Ministério da Saúde, não há falta de medicamentos.
Américo Nunes Neto também disse que, na assistência, é urgente a necessidade de pressão para a incorporação de novos medicamentos, o que não acontece desde 2018, e também na revisão do protocolo clínico de Tratamento Antirretroviral (TARV).
Além desses temas, destacou outros temas relevantes no encontro, como a solicitação pela volta da Comissão Nacional de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais (CNAIDS); as reflexões sobre a Articulação Nacional de Aids (Anaids) ‘que queremos’; o espaço para ouvir pessoas transexuais e travestis; e o protagonismo juvenil. “Por fim, é visível um participação de novos delegados acredito que pode ser uma sinalização de renovação e médio prazo e a necessidade de acabar com o machismo no movimento”, concluiu.

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  • Local do evento:
    Nikkey Palace Hotel
    R. Galvão Bueno, 425
    Liberdade
    São Paulo - SP